sábado, 23 de maio de 2009

O meu avô na Guerra do Ultramar


O meu avô, no 1.º dia, em Nova Lisboa, Angola.


O meu avô Domingos Lopes dos Reis nasceu a 29 de Dezembro de 1943 e foi cabo na Guerra do Ultramar, em 1965, em Nova Lisboa, Angola.
Foi obrigado a fazer a inspecção para a guerra, aos 21 anos, em Castelo Branco.
O seu pelotão era formado por 1 alferes, 3 furriéis, 9 cabos e 27 soldados. No quartel, em que o meu avô estava, havia três pelotões, cada pelotão tinha uma função por dia, havendo assim três secções: a ronda, o piquete (distribuição do correio, fazer o que fosse necessário, ir buscar o que fosse preciso, etc.) e a folga. Na folga, poderiam fazer o que quisessem, andar pela cidade, conversarem, lerem, ficar no quartel, etc.
Entravam de serviço de 4 em 4 horas e, quando tinham serviço, nem chegavam a dormir.
Tinham todos os cuidados necessários dentro do quartel, estando um médico e alguns enfermeiros apenas durante algumas horas por dia.
O meu avô contou-me que, numa noite, conseguiram apanhar mais de 800 homens e entregaram-nos à PIDE.
Também me contou que, uma vez, um preso lhes fugiu e ele foi o único que correu atrás dele. O recluso entrou dentro de um poço e o meu avô seguiu atrás dele. O fugitivo tinha uma faca enorme e mesmo assim foi vencido e preso.




O meu avô junto a um jipe de patrulha


Sofia Santos